Jorge Amado escrevendo Dona Flor com ajuda do gato Nacib. |
A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. Seus livros foram traduzidos para 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em formato de audiolivro.
Além de escritor, Jorge Amado tem participação importante na vida política do país, integrante do partido comunista, foi exilado, preso e perseguido. Dos mais de sessenta anos de carreira, quase 25 foram dedicados à construção de uma prática literária ajustada aos dilemas de seu engajamento no PCB. Entre 1933 e 1954 a ideologia de Amado resultou um uma volumosa produção, distribuída entre biografias, teatro, escritos políticos e, sobretudo, romances: Cacau (1933), Suor (1934), Jubiabá (1935), Mar morto (1936), Capitães da Areia (1937), ABC de Castro Alves (1941), O Cavaleiro da Esperança: a vida de Luís Carlos Prestes (1942), Terras do sem-fim (1943), São Jorge dos Ilhéus (1944), Bahia de Todos os Santos (1945), Seara vermelha (1946), O amor do soldado (1947), O mundo da paz (1951) e a trilogia Subterrâneos da liberdade (1954), com os volumes Os ásperos tempos, Agonia da noite e A luz do túnel.
A obra de Jorge Amado mereceu diversos prêmios nacionais e internacionais, entre os quais destacam-se: Stalin da Paz (União Soviética, 1951), Latinidade (França, 1971), Nonino (Itália, 1982), Dimitrov (Bulgária, 1989), Pablo Neruda (Rússia, 1989), Etruria de Literatura (Itália, 1989), Cino Del Duca (França, 1990), Mediterrâneo (Itália, 1990), Vitaliano Brancatti (Itália, 1995), Luis de Camões (Brasil, Portugal, 1995), Jabuti (Brasil, 1959, 1995) e Ministério da Cultura (Brasil, 1997).
Recebeu muitos títulos, como de Comendador e de Grande Oficial, nas ordens da Venezuela, França, Espanha, Portugal, Chile e Argentina; além de ter sido feito Doutor Honoris Causa em 10 universidades, no Brasil, na Itália, na França, em Portugal e em Israel. O título de Doutor pela Sorbonne, na França, foi o último que recebeu pessoalmente, em 1998, em sua última viagem a Paris, quando já estava doente. Mas, Jorge Amado orgulhava-se mesmo era do título de Obá, posto civil que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia.
Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. Foi cremado conforme seu desejo, e suas cinzas foram enterradas no jardim de sua residência na Rua Alagoinhas, no dia em que completaria 89 anos.
FONTE: A militância política na obra de Jorge Amado, de Luiz Gustavo Freitas Rossi;
ONG Fundação Casa de Jorge Amado, Salvador, BA.
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