17 de jul. de 2012

FESTIVAL INSPIRA ESCOLA E BANDA DE PARAGUAÇU PAULISTA

Entre as coisas mais interessantes do XII Festival de Música de Ourinhos está a garimpagem das histórias que as pessoas participantes têm com o Festival. É aí que se percebe como ele é ponto de convergência de expectativas e de irradiação de experiências. De Paraguaçu Paulista, por exemplo, veio um grupo de dezoito pessoas, quatorze delas bolsistas e monitores da Escola Municipal de Música da cidade e outras quatro envolvidas com projetos musicais por lá.

O Festival de Música de Ourinhos é marcante na trajetória musical da cidade, pois os músicos que hoje alimentam a Escola o frequentam desde a primeira edição, doze anos atrás. “A cada Festival estamos bebendo na fonte, nos reciclando, buscando materiais e novos arranjos que alimentam a escola”, conta Ivete Maria Sebastião, que coordena o grupo.

Músicos de Paraguaçu Paulista contam experiências no Festival de Música.
A história musical de Paraguaçu vem de uma banda de coreto, que já tem 72 anos. Hoje em dia funciona como uma big band, com o nome de Lira Maestro Roque Soares de Almeida, homenageando seu inspirador. A banda mantém a execução de seus dobrados tradicionais e está mais forte do que nunca, tanto que a evolução de seu trabalho musical deu origem à Escola de Música da cidade, que atende atualmente mais de 300 alunos. Em 2012 ganhou um prédio novo, do qual o pessoal se orgulha e que mostra o poder público reconhecendo o trabalho feito. Nessa trajetória, foi aqui no Festival que os músicos vieram adquirir conhecimentos e métodos, coisa que apontam como determinante para suas experiências.

Agora no XII Festival, o grupo de Paraguaçu se divide entre os mais variados cursos, como Prática de Big Band, Canto, Práticas de Repertório, Teoria Musical e práticas de instrumentos como clarinete, sax e trompete, tanto elementares como avançadas. Procuram sorver e aproveitar o máximo que podem.

Carlos Roberto está fazendo Práticas de Repertório. Ele veio todos os anos, menos em 2002 e diz que cada ano entra em contato com materiais e percepções novas. Diz que este ano o Festival está diferente, exigindo conhecimentos mais avançados. Aparecido José de Almeida, neto do patrono da banda de Paraguaçu, cantor e violonista, está em seu terceiro ano de Festival e ressalta seu interesse pela teoria musical e a possibilidade de troca de ideias e a convivência com outros músicos de diferentes instrumentos que encontra aqui. Helaine Frenchini Machado é professora de musicalização na Escola de Música de Paraguaçu e começou no Festival seu aprendizado de musicalização infantil. Levou para lá o conhecimento que está trabalhando na iniciação à flauta doce. Ressalta que a experiência em Ourinhos é concentrada, com muita informação de uma vez, que eles vão detalhando aos poucos. João Luiz Esteves, baterista, está fazendo Prática de Big Band e Prática de Choro. Diz que a cada ano o Festival é diferente para ele, pelo contato com professores e arranjos novos. Destaca a interação dos músicos e as trocas de materiais que o Festival possibilita.

Quando perguntados pelo que consideram o ponto alto do Festival, quase todos respondem ao mesmo tempo: as canjas. E explicam porque: “é o ambiente de interação e socialização dos músicos. É onde cada um toca e mostra o que já traz consigo. É onde liberamos geral”, concluem os animados músicos de Paraguaçu.

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