24 de out. de 2011

Curta Ourinhos começa quarta com presença de Mara Carvalho

O Curta Ourinhos – Festival de Curtas Metragens começa nesta quarta-feira, dia 26. A atriz ourinhense Mara Carvalho participa da abertura do evento. Dos 120 curtas inscritos, a Curadoria do evento escolheu 35 que serão exibidos na Mostra Principal, que acontece no Teatro, 7 filmes de produção ourinhense e 6 curta-metragens para a Mostra Infantil. O tema do 7º Curta Ourinhos é “Cinema é Diversidade”. Para a secretária de Cultura, Neusa Fleury, a proposta “valoriza as diferenças culturais, de gênero, gerações, raça e tantas outras que demonstram tolerância e humanidade”.
A exibição dos filmes da Mostra Principal começa amanhã, quarta, com sessões às 9h e 20h no Teatro. Os filmes desta Mostra são indicados para maiores de 14 anos. A Mostra Infantil, com seleção de filmes indicados para crianças acontece nos dias 26 e 27 às 14h. Também serão exibidos filmes em bairros (Jardim Itajubi, V. Brasil e V. Odilon), na Unesp, no colégio Objetivo, ETE e Colégio COC. O Restaurante Tempero Mineiro também vai exibir filmes selecionados pelo Curta Ourinhos de 26 a 28, no horário do almoço.
A atriz e dramaturga ourinhense Mara Carvalho estará em Ourinhos amanhã, e participa da abertura do Curta Ourinhos. Ela assina a direção de arte e atua no curta “Café com Pão”, que será exibido na quarta. O filme não participa da Mostra Competitiva. Mara foi entrevistada com exclusividade para o jornal Balaio Cultural:

A atriz Mara Carvalho participa da abertura do 7º Curta Ourinhos.
Tua produção artística é diversificada, com trabalhos na TV, cinema e teatro. Com qual das linguagens você mais se identifica?
Não tenho preferência; são veículos muito específicos; cada um com um desafio diferente. O que estimula mais e menos é o personagem em questão; esse sim determina uma preferência: Quando o personagem é bom e tem uma carga dramática (humor ou drama) rica faz toda a diferença. O Teatro á artesanal e exige mais do ator por que é vivo e a resposta do publico é imediata. É ai que está á verdadeira essência da arte de representar; ou melhor, vivenciar um personagem.  A TV te protege do erro, e o critério de julgamento não é tão rigoroso, mesmo que o publico não goste do trabalho do ator ele é obrigado a engolir até o termino da novela, ou do filme.
 
“Café com pão” conta a história de uma jovem que trabalha em um café. A protagonista sofre com a impessoalidade nos relacionamentos com colegas de trabalho e fregueses, e acaba também mecanizando o atendimento. Essa dificuldade afetiva da vida contemporânea também inspira seus trabalhos como dramaturga?
Todo conflito me serve de estímulo como dramaturga. Desde a corrupção na maquina estatal até o ambiente pessoal na sua mais profunda intimidade. O cotidiano familiar, assim como o profissional, nos transforma em máquinas de fato. O que vale é estarmos atentos pra não negligenciarmos nossos valores de referência. 

Como você avalia a influência do seu trabalho como atriz em sua produção literária?
Pra mim cada vertente é extensão da outra. Isso faz de mim mais exigente comigo mesma. Sou obrigada a ser mais consistente porque enquanto atriz meu grau de exigência para com uma autora é maior. Já enquanto autora o grau de exigência na atuação também é maior; e atualmente como diretora também. Um acrescenta e exige mais do outro. Transito muito facilmente entre a dramaturgia, atuação e direção. Por exemplo: quando escrevo um texto faço questão de fazer valer aquela aparição, ou seja, um personagem só pode existir se ele realmente colaborar com a trama. (não me permito o famoso encher lingüiça) esse grau de exigência ás vezes chega à exaustão. Tenho vontade de tirar férias de mim mesma.  

Qual a diferença entre escrever para TV e para cinema?
Além das diferentes técnicas de diagramação, a TV tem a trama elástica, aberta (muda conforme a necessidade) e tem muita influência externa como a censura. Já o cinema é mais livre, a obra é fechada (começo, meio e fim) por isso mais consistente e também mais difícil. 

Em sua infância e adolescência vividas em Ourinhos você tinha contato com as linguagens artísticas? Não. Eu não tinha contato com nada do que se refere á arte. Foi uma descoberta solitária até posteriormente entrar na faculdade onde estudei comunicação e cinema e depois pesquisando e estudando cotidianamente dramaturgia.   Atualmente Ourinhos tem me surpreendido com tantas atividades culturais e tenho que parabenizar a Secretaria Municipal de Cultura por nos oferecer algo tão sensível. Sabemos o quanto é difícil tocar as pessoas para que percebam a extrema importância, no mundo de hoje, da arte como forma de expressão e sensibilidade. 
Tentamos, eu e o Fagundes; inúmeras vezes levar projetos teatrais pra Ourinhos e nunca conseguimos. O teatro sempre priorizava festas escolares e etc; infelizmente nunca conseguimos pauta, mas nunca é tarde! 
Não tinha contato com a arte propriamente dita na minha infância em Ourinhos, mas sem dúvida, de alguma forma a natureza e a força da terra, a luta do meu pai na agricultura, no trabalho e o carinho familiar me serviram e ainda servem de estímulos na vida e no trabalho... 

Como é sua relação com a leitura? O que você lê hoje?
Não tenho uma preferência, ultimamente tenho lido filosofia, na verdade estou relendo “Republica de Platão” e pesquisado pintores clássicos.
Estou a todo vapor fazendo ensaios aberto ao publico de um stand up musical que acabo de escrever e com estréia marcada pra dia 4 de novembro aqui em São Paulo no Espaço Incenna onde mantenho uma escola profissionalizante de teatro. Pretendo viajar em com esse stand up, além de apresentações pra empresas no final do ano.

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