19 de ago. de 2011

Grupo de Psicanálise de Ourinhos discute o livro “Angústia”

Os psicanalistas Juliani Yamaji e Guilherme Lacombe.
A noite de segunda-feira (22) marca o início das atividades do A(o)Gosto das Letras que acontecem no Pub 744. O Grupo de Estudos de Psicanálise de Ourinhos (GEPO) conduz a Mesa 2, numa discussão sobre o livro “Angústia”, de Graciliano Ramos, autor homenageado pelo evento. Participam da mesa os psicanalistas: Guilherme Lacombe, Carmen Silvia Mariotto Jubran, Cássia Regina Gomes Fernandes, Eunice Sanches Belotti, Juliane Furlan Martins Yamaji e Silvana Maria Francisco do Amaral. Confira a entrevista com os psicanalistas Juliani Furlan Yamaj (presidente do GEPO) e Guilherme Lacombe, que conduzirão a conversa com o público.

Como o Grupo de Psicanálise se formou? Como funcionam os encontros?

Juliani - O grupo surgiu há 17 anos. Formávamos um grupo de profissionais que viajava juntos pra Marília ou São Paulo para estudar psicanálise, e fomos sentindo a necessidade de nos organizarmos melhor, para partilharmos as informações; daí surgiu o GEPO. Fazemos reuniões mensais, mas conforme vão surgindo as necessidades acabamos nos encontrando mais vezes. Trabalhamos com temas científicos e culturais, discutindo casos clínicos ou analisando livros ou filmes.  Principalmente na literatura, a essência humana se revela, e isso nos interessa. A literatura revela o ser humano, mostra as entranhas utilizando as  palavras, que são a riqueza do A(o)Gosto das Letras.
Guilherme: Muito da obra do Freud é baseada em livros, na literatura  clássica. A análise dessas obras definiu o surgimento da psicanálise, e ainda hoje continuam gerando discussões. A psicanálise está inserida no meio cultural, através da literatura, do cinema, das informações do cotidiano e de que forma interferem na maneira como as pessoas são e se comportam. 

O livro  “Angústia”, que será discutido,  foi publicado em 1936. Continua atual?
Guilherme: Sim. Talvez a forma de se apresentar as emoções tenha mudado, mas a angústia é uma questão humana que não tem data, não tem tempo. Graciliano consegue retratar isso de uma maneira muito bonita, o leitor fica angustiado lendo o livro, ele vai pesando e acho que é proposital. Ele consegue transmitir uma coisa que é comum a todos nós, e que se revela em 1936, 1836 ou em 2011. Algumas coisas se modificam com o tempo como a apresentação dos diagnósticos, mas muita coisa se mantém, e o livro é uma boa maneira de se falar nisso.

Como será realizado o encontro no A(o)Gosto das Letras?
Guilherme - Pretendemos que o público participe, que seja um bate-papo informal onde a gente não só fale sobre o livro, mas possa também ouvir as pessoas sobre suas angústias.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acredito que será muito interessante, a angústia é um tema atrativo por ainda fazer parte de nossos dias, e debater sobre isso com esse maravilhoso grupo de psicanálise tornará tudo ainda mais legal!