24 de mai. de 2011

São Paulo Companhia de Dança apresenta obras de seu repertório em Ourinhos

A São Paulo Companhia de Dança sobe ao palco do Teatro Municipal Miguel Cury, dia 05 de junho, para apresentar três coreografias de seu repertório: Os Duplos, de Maurício de Oliveira; Tchaikovsky Pas de Deux, de George Balanchine e Gnawa, de Nacho Duato. A apresentação às 20h30 faz parte da programação do Circuito Cultural Paulista. A entrada é gratuita.

A São Paulo Companhia de Dança, criada e mantida há três anos pelo Governo do Estado de São Paulo, contempla em seu repertório obras clássicas e modernas, além de peça inéditas criadas especialmente para seu corpo de bailarinos.  

SOBRE AS OBRAS

Os Duplos (2010)
de Maurício de Oliveira
A criação de Maurício de Oliveira para a São Paulo Companhia de Dança tem como foco a imagem do bailarino que se multiplica ao longo da cena. No ambiente marcado pela luz de Wagner Freire, oito intérpretes procuram desenhar o espaço por meio de seus movimentos e pela própria relação dos corpos. É o duplo de cada um, do outro e do conjunto, que estabelece relações ambíguas. Entram, misturam-se, contaminam-se na busca de um encontro com o outro e consigo. Habitam um tempo particular. Em Os Duplos os artistas são cocriadores das estratégias apresentadas, cuja assinatura coreográfica é reconhecida pelo movimento e dialoga com o figurino de Jum Nakao, com a iluminação e o espaço cênico criados por Wagner Freire e com a trilha especialmente composta por André Abujamra.

Tchaikovsky Pas de Deux (1960)
de George Balanchine
A primeira apresentação de Tchaikovsky Pas de Deux foi realizada pelo New York City Ballet em março de 1960. A coreografia de George Balanchine é uma obra de oito minutos que exige grande virtuosismo técnico dos bailarinos ao mesclar técnicas clássicas e neoclássicas, num tributo ao balé romântico.  A bailarina dança brincando com o eixo vertical, com especial domínio do equilíbrio e do desequilíbrio. Ela também precisa de grande velocidade nos movimentos dos pés e graça e agilidade nos braços. Para os homens, o desafio está na combinação de difíceis rotações, na velocidade dos movimentos e nos grandes saltos. 
A partitura musical de Tchaikovsky (1840-93) foi concebida originalmente para o terceiro ato de O Lago dos Cisnes, sob encomenda do Teatro Bolshoi em 1876. Tchaikovsky a teria composto às pressas depois que a obra já estava acabada, como parte independente da história central do balé, somente para destacar o desempenho de uma das bailarinas da companhia.
Sem o registro na partitura original, a música não integrou, por exemplo, a histórica versão coreográfica que Marius Petipa (1818-1910) concebeu em 1895 para a apresentação à corte real, em São Petersburgo, no Teatro Marinsky. Desconhecida por mais de meio século, inclusive pelo o Museu Tchaikovsky, em Klin, somente foi descoberta com os esforços da Fundação Tchaikovsky, de Nova York.  A remontagem da obra para a São Paulo Companhia de Dança foi feita pelo bailarino e professor belga Ben Huys, indicado pela Balanchine Trust.

Gnawa (2005)
de Nacho Duato
Gnawa, presente em repertório da São Paulo Companhia de Dança desde março de 2009, é de autoria do consagrado criador Nacho Duato e é inspirada no universo étnico e religioso de uma confraria mística muçulmana do norte da África. De origem sub-saariana, os gnawas incorporam cantos às suas práticas espirituais, e Duato adotou, como base da coreografia, canções dessa comunidade. Gnawa dá continuidade à pesquisa do coreógrafo iniciada em Mediterranea, que assinala um interesse do espanhol pelos ritmos ancestrais da região. Gnawa como muitas das criações de Duato, busca um equilíbrio entre o clássico e o contemporâneo, como entre o local, o particular (no caso, a cultura mediterrânea) e o universal, as questões simbólicas que renovadamente propõe a arte.

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