24 de ago. de 2012

PARA FALAR SOBRE MEMÓRIA E LITERATURA, MICHEL LAUB E LUIZ RUFFATO


“O lugar da memória na literatura” é o tema da conversa entre dois autores que possuem obras onde as lembranças são destaque: Luiz Ruffato e Michel Laub. O encontro acontece hoje à noite, dia 24, no PUB 744, e tem mediação da jornalista Mona Dorf.

   
Ruffato.
A memória pode ser poderosa aliada da arte da escrita. Luiz Ruffato, além de escritor premiado ( Prêmios APCA, Machado de Assis por Eles eram muitos cavalos, Mamma, son tanto felice e O mundo inimigo, Prêmio Jabuti por Vista parcial da noite e finalista dos prêmios Portugal Telecom, Zaffari-Bourbum e São Paulo de Literatura) coordena oficinas de escrita voltadas também para o público idoso. Ali as pessoas são estimuladas a recordar histórias de vida, estimulando lembranças que acabam virando textos escritos. Outro livro publicado pelo autor, De mim já nem se lembra, é ainda mais fiel às memórias familiares divulgando cartas escritas por um irmão de Ruffato, que morreu em acidente de trânsito.  Através da leitura das correspondências do filho para a mãe, o leitor acaba conhecendo as dificuldades de adaptação de um jovem do interior de Minas morando na cidade grande, as relações morais e afetivas de uma família de operários, tendo como pano de fundo a cidade de São Paulo na década de 70, época da ditadura militar e cenário de grandes transformações sociais.

Laub.
O gaúcho Michel Laub já foi editor da Revista Bravo, e coordenou publicações do Instituto Moreira Sales. Publicou cinco romances: Música anterior, Longe da água, O segundo tempo, O gato diz adeus e Diário da queda, que teve os direitos vendidos para o cinema. Recebeu os prêmios Bravo/Bradesco e foi finalista dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom. Na FLIP deste ano a revista de literatura Granta incluiu o nome de Michel Laub como um dos 20 melhores jovens autores brasileiros. A revista, de língua inglesa, é uma das mais respeitadas do mundo e no Brasil é publicada pelo selo Alfaguara. Neto de judeus, Laub conta das dificuldades de convivência entre culturas diferentes e preconceitos em “O diário da queda”, lançado em 2011. As dificuldades de comunicação em família também se revelam em seu texto envolvente e atual.



SHOW COM PAULO FREIRE

Após a Mesa O Lugar da Memória na Literatura, o violeiro Paulo Freire apresenta o show Viva O Causo Brasileiro. Neste show de causos e canções, Paulo Freire traz acontecimentos e músicas que tratam do humor e o imaginário que habitam nossa cultura popular.

O violeiro conta histórias de caçadas fabulosas, pescarias impossíveis, o encontro de Jesus Cristo com o Corpo-Seco, a peleja do Coelho da Páscoa com o Curupira, uma receita para se fazer o famoso pacto com o capeta. Apresenta também divertidas canções caipiras de Alvarenga e Ranchinho, Zé Mulato e Cassiano, além de côcos de viola, convidando a platéia a participar do espetáculo.

Este trabalho é fruto de viagens ouvindo e “cantando” causos. Existe uma História do Brasil sendo contada através da tradição oral, que muitas vezes difere da versão oficial. Paulo Freire busca justamente este outro lado, confiando na força e profundidade de uma cultura que vai sendo desenvolvida através dos anos, dentro do ritmo e tempo do sertão.

O músico é autor de trilhas sonoras, canções, romances, biografias, livros de causos, CDs de viola e tem participação em trabalhos de diferentes artistas brasileiros. Tocou as violas e compôs músicas para o seriado “Grande Sertão: Veredas”, da TV Globo. Compôs trilhas especiais para matérias do programa “Globo Rural”, da TV Globo (entre elas “Escola de Peões”- Prêmio Wladimir Herzog de Direitos Humanos - 1993 e “O Umbu”- Prêmio Febraban - 1994).

Seus trabalhos mais recentes incluem o lançamento do romance “Jurupari”, pela Editora Vai Ouvindo e a produção do CD “Nuá – as músicas dos mitos brasileiros”, com patrocínio da Petrobrás.
É um dos curadores do Festival Voa Viola, evento nacional que conta com premiações, shows pelo Brasil e Rede Social. Vem fazendo shows, oficinas de viola e oficinas de causos pelo Brasil.

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