O
autor
foi
homenageado
com
o
Prêmio
Camões
em
2012.
Ilustração: Ricardo Humberto.
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O grupo começou suas atividades há 18 anos, idéia de alguns profissionais que viajavam juntos para estudar psicanálise e sentiam necessidade de encontros para estudar e trocar experiências. “Trabalhamos com temas científicos e culturais, discutindo casos clínicos ou analisando livros ou filmes. A essência humana se revela principalmente na literatura, daí nosso grande interesse”, explica Juliane Yamaji, presidente do Grupo.
Dalton Trevisan nasceu em 1925, em Curitiba. Formado em Direito, exerceu as funções de repórter policial e crítico de cinema. Sua estréia nacional na literatura foi em 1959 com Novelas nada exemplares (Prêmio Jabuti), reunião de sua produção das duas décadas anteriores. Desde então, Trevisan publicou mais de 30 livros — dos quais apenas A polaquinha é romance —, vários deles traduzidos para o inglês, o polonês e o italiano. Recebeu o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura pelo conjunto de sua obra em 1996. Reconhecido como um dos maiores contistas da literatura brasileira, em 2011, aos 86 anos, venceu novamente o prêmio Jabuti com Desgracida e publicou O anão e a ninfeta, reunião de 40 contos inéditos. Recebeu, neste ano, o Prêmio Camões, principal reconhecimento da literatura em língua portuguesa atribuído anualmente por Brasil e Portugal desde 1988 e que teve João Cabral de Melo Neto, José Saramago e Antonio Candido entre seus ganhadores.
Os hábitos reclusos de Trevisan lhe renderam o apelido de “O vampiro de Curitiba”. Dalton Trevisan compartilha com seu contemporâneo Rubem Fonseca (ambos nasceram em 1925) a recusa em aparecer publicamente, não concedendo entrevistas nem fotografias, não comparecendo a cerimônias de premiações literárias nem escrevendo acerca do trabalho da escrita.
Em “O vampiro de Curitiba”, Nelsinho é o protagonista de todos os contos. Ao longo do livro, percorre uma viacrucis, com o objetivo de saciar-se sexualmente com as mulheres que encontra nas ruas de Curitiba, cenário de todos os livros publicados pelo autor.
Apesar de o livro ser descrito como “novela”, cada um dos capítulos pode ser lido de maneira isolada, como se fossem contos.
Segundo Thomas Lask, do “The New York Times”, “Existem forte veio de erotismo nestas histórias. Não é exibicionista, mas funcional para as intenções do autor. É mesmo o símbolo absurdo da cidade, de seus estreitos e confinados horizontes”.
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