O que motivou sua vinda ao Festival?
Está gostando?
Estou adorando. Apesar de não falar português, as pessoas são muito agradáveis e me ajudam com a comunicação. Mesmo que eu não entenda o que eles falam, a linguagem musical é o mais importante, e eu entendo.
Como essa experiência de aprendizagem vai refletir no seu trabalho, na volta aos Estados Unidos?
Estou começando a estudar música brasileira. Já estudei música africana, e sei que existe muita influência dessa música na cultura brasileira. Também estudei música européia, e a Deise me ensinou sobre essa miscigenação que se verifica na cultura brasileira. Em cada região essa miscigenação se manifesta de forma diferente. No meu país foi de uma forma, aqui no Brasil é de outra, e eu gosto muito de estudar isto. No curso de dança eu percebo como acontece essa mistura, e de que forma a movimentação corporal adquire características próprias aqui no Brasil. Vou ensinar para meus alunos o que estou aprendendo aqui. Aprendi na Europa a mesma dança que a Deise está ensinando aqui, que utiliza bastões (moçambique de bastões). Mas os europeus são mais rígidos, mais certinhos. Os brasileiros movimentam mais os quadris, têm mais ginga. Apesar de algumas diferenças, existem muitas semelhanças, porque tem a mesma origem. Na verdade, parece que a cultura musical e corporal toda tem uma única identidade. Sentindo isso eu vou passar para os meus alunos um sentido de coletividade, de pertencimento a um único mundo, que é este em que vivemos.
Por Valdir Grandini.
Foto: Renato Seixas.
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