Foto: Renato Seixas. |
Dominguinhos foi modesto sem falsa modéstia. Se precisava dos técnicos mais som para a sanfona, pedia gentilmente. E comentava muito tranqüilo que uma nota de sua sanfona era teimosa e para tocá-la era preciso saber. A sabedoria que transpira dele já havia se mostrado na visita que fez pouco antes do show começar à exposição “Casa de Exu”, no Teatro Municipal Miguel Cury. Dominguinhos olhou as fotos da vida de Gonzagão e foi comentando uma a uma a respeito das pessoas que conheceu. Depois de olhar tudo, disse para a secretária de cultura Neusa Fleury, com voz pausada e pensada, que era muito importante a divulgação da história e da obra de Luiz Gonzaga fora do Nordeste, pois se trata de conhecermos o Brasil.
Enfim, o show transcorria e o público se sentia como se tivesse no quintal da casa do sanfoneiro. Jovens e idosos dançavam colados as músicas mais lentas e “mexiam as cadeiras” quando o ritmo era “arretado”. A praça do Centro de Convivência assumia aquele ar que sonhamos para a todas as praças, a de serem tomadas de gente, de cultura e de música. No comando, uma voz lenta, sonolenta, melodiosa: “Acho que vou mergulhar, na felicidade sem fim...”
Que beleza...
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