19 de jul. de 2011

Big Band “Seu Américo” mostrou a música do interior



Por Valdir Grandini

A Big Band “Seu Américo” subiu ao palco do XI Festival de Música ontem, 18 de julho, e soltou os acordes da simpatia. O concerto da Big Band simbolizou a presença da música em Ourinhos, até pelo próprio nome adotado. “Seu Américo” é uma homenagem ao músico Américo de Carvalho, um pioneiro da movimentação musical na cidade, que por mais de 60 anos tocou e ensinou música em Ourinhos. A Escola de Música leva seu nome, e mais, nas veias da escola e da Big Band corre seu sangue musical, pois o maestro Wilson Pereira, o “Wilsinho”, seu neto, além de integrar a Big Band, dirige a Escola.

A Big Band existe porque existe a cidade que incentiva a música, mantendo uma escola acessível. Iniciou-se das aulas de improvisação dos professores Fernando Nogueira e Jairo Cavalcanti e agrega professores e alunos da escola. É uma composição dos que ensinam e aprendem na Escola.

Durante o concerto, o maestro Wilsinho, fazendo vezes de mestre de cerimônias, observou que em Ourinhos, graças à existência da escola e do ambiente musical, “em qualquer barzinho tem alguém tocando”. A observação faz pensar que a palavra “cidade do interior” deveria ter seu sentido revisto, já que muitas vezes tem conotação de importância e tamanho menores. Ser do interior, não nos esqueçamos, também significa “o que vem de dentro”.

Em termos geográficos, o que vem do interior significa muito musicalmente. Veja-se os festivais de Ourinhos, Londrina, Campos do Jordão, Ouro Preto... Falar em “música do interior” é um pensamento sobre política cultural que deveria ser levada a sério, com a destinação de recursos de fomento a eixos e circuitos culturais para espalhar a diversidade musical do e pelo interior do Brasil.

O concerto da Big Band foi também demonstrativo de que a música tem a ver com o “interior” pelos efeitos que provoca. A música corria como um papa-léguas que não para. E os músicos pareciam aquele coiote obcecado, querendo capturá-la. Observar os aplausos do público era como sentir os momentos em que a música parava para respirar. Então, aproveitávamos para aplaudir. Precisávamos aplaudir, porque era o jeito de acalmar a adrenalina no coração. Aplaude-se para evitar enfartes. Música é coisa do interior. Vem de dentro...

Fotos: Renato Seixas.

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