Profissionais da área de museus, estudantes, fotógrafos e agentes de preservação da memória se reuniram nos dias 28 e 29 de junho a Biblioteca Municipal Tristão de Athayde em Ourinhos para a oficina Conservação Preventiva de Coleções de Fotografias: Catalogação, Acondicionamento e Guarda, ministrada por Marília Fernandes, Mestre em Artes com ênfase em Gerenciamento Museológico de Coleções e Preservação de Fotografias, pela George Eastman House Museu Internacional de Fotografia e Filme, EUA.
Em uma iniciativa do Sisem – Sistema Estadual de Museus de São Paulo - Marília está percorrendo o interior do Estado nessa ação de conservação de fotografias que faz um panorama de como cuidar de acervos fotográficos. “Fotografias são diferentes de outros acervos, são diferentes de documentos, desenhos e pinturas. A fotografia é muito frágil, muito específica. Por isso esse trabalho de conservação também é específico. A própria catalogação, a documentação da foto também é diferenciada. Então, a oficina busca abordar como se documenta a fotografia, passando um pouco pela própria história da fotografia, da técnica fotográfica, mostrando que a fotografia não é uma coisa só, mas sim um conjunto de processos de criação de imagens a partir da luz, e todos estes processos são fotografias, são diferentes e podem ser encontrados em acervos, são essas diferenças que precisamos reconhecer”, explica.
A oficina passou para os 30 participantes um pouco da história da fotografia e como se documenta e se reconhece os danos que as fotografias sofrem com o decorrer do tempo, principalmente sob os efeitos da umidade e calor. “Vamos encerrar a oficina com uma confecção de embalagens com material adequado, simples e fáceis, que todos podem levar pra casa um exemplo e reproduzir no seu acervo”, conta Marília.
Marília Fernandes conta que essa ação visa preparar os museus do interior que cuidam da memória, muitas vezes da cidade ou da região, e sempre possuem fotografias em seus acervos. “Geralmente são fotos das famílias, fotos que registram os eventos da cidade, são acervos fixos de todo pequeno museu que conta e cuida da memória do local”.
Uma das participantes da oficina foi Priscila Miraz, doutoranda em História da UNESP/Assis. A pesquisadora conta que seu interesse pela imagem fotográfica surgiu de seu trabalho sobre os foto clubes das décadas de 1940 e 1950. “Minha área dentro da história é a história da América Latina. A partir de algumas pesquisas cheguei até o foto clube Bandeirante, em São Paulo, que produziu durante três décadas um boletim muito importante chamado Boletim Fotocine. Através desse boletim eu cheguei a um fotoclube mexicano chamado La Ventana e me interessei em trabalhar com essas redes de informação sobre fotografia, teoria, que os foto clubes propiciaram nessa época. O meu interesse pela fotografia vem daí. Pesquisei bastante, tive muito contato com a teoria e a história da fotografia, mas me faltava um pouco da parte prática e foi isso que vim buscar aqui na oficina, as técnicas fotográficas e também a questão da conservação em si, já que trabalho com acervo também. Achei extremamente interessante a maneira que a Marília conseguiu amarrar a questão da técnica com a história da fotografia, passando por todos os processos até chegar ao digital. E depois, nesse segundo dia, a conservação desse material, está sendo muito boa a prática, o contato com o papel adequado, a limpeza da fotografia, foi muito interessante eu nunca tinha visto pessoalmente, gostei muito de participar”.
Amei o curso, recomendo a todos. A Marília Fernandes nos instruiu muito bem e realmente aprendemos como preservar de forma simples as fotografias, agora maõs a obra!!!
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