26 de abr. de 2012

Políticas Públicas promovem qualidade artística

O mercado cultural brasileiro movimenta uma indústria que cresce e se transforma. Hoje a expressão “economia criativa” é tema de discussões tanto entre artistas como  profissionais do meio econômico, alicerçadas em pesquisas que quantificam o sucesso das práticas ligadas à cultura.  Esse mercado é identificado principalmente na venda de produtos para um grande público. São milhares de consumidores de CDs, filmes, espetáculos, livros, shows, etc, reféns dessa indústria cujo único interesse é ganhar dinheiro, ignorando as influências sobre os consumidores.

Por isso cada vez mais existe a necessidade da aplicação de outro termo que também vai sendo ouvido por aí: políticas públicas para a cultura, necessárias para que os governos ofereçam alternativas a esse mercado que uniformiza as expressões artísticas, criando “celebridades” sem valores ou humanidade. Essas políticas precisam respeitar a diversidade cultural, e desta forma estarão ajudando na consolidação de uma identidade e na formação educacional das novas gerações, garantindo o acesso à cultura e informação. O Plano Nacional de Cultura, elaborado pelo governo federal, propõe que as políticas publicas tenham os seguintes eixos: a cultura como expressão simbólica, como direito de cidadania e como potencial para o desenvolvimento econômico com sustentabilidade socioambiental. Os Estados e Municípios também deverão elaborar seus Planos, propondo iniciativas para os próximos 20 anos.

Pensando em Ourinhos, onde também será necessária a elaboração de um Plano Municipal de Cultura, percebemos que, muito antes de se pensar em apoio governamental para as artes, Sérgio Nunes já fazia teatro amador por aqui, valorizando a diversidade cultural brasileira e buscando a formação de uma identidade. Também tivemos no passado as bandas de música, poetas e artistas populares, mesmo que poucos. Uma organização do serviço público na área da cultura começa a ser notada a partir da década de 1980. A Biblioteca Municipal “Tristão de Athayde” foi criada em 1983, o Teatro Municipal “Miguel Cury’ inaugurado em 1988 e o Museu Municipal começou a funcionar em 1993 (porém antes disso já existia aqui o Museu Antonio Carlos de Abreu Sodré, mantido pelo Governo do Estado). Datam de 1996 a criação das Escolas Municipais de Bailado e Música, além de experiências como o Circo da Cultura Popular, Feiras do livro e oficinas.  

 Porém, nos últimos anos aconteceu uma diversificação das atividades como em nenhum outro período. Basta notar a agenda da Secretaria de Cultura, através do Programa VivOurinhos, que realiza festivais anuais nas áreas de teatro, música, literatura, cinema e dança.
Uma iniciativa que veio para mudar o cenário cultural na cidade foi a implantação do Edital de Fomento, especialmente no que diz respeito à identificação e valorização de uma identidade ourinhense. Se analisarmos os projetos contemplados nos dois últimos anos, constatamos a publicação de dois livros sobre a história da cidade, um deles uma pesquisa sobre Nossa Senhora do Vagão Queimado e outro de crônicas sobre personagens e fatos acontecidos na cidade. O Edital também possibilitou a realização de um filme sobre o multiartista Sérgio Nunes, e outro sobre as eleições municipais de 1988. Nossas vocações artísticas também foram reveladas em oficinas de seresta, de teatro, de desenho e em apresentações pelos bares da cidade. Além dos projetos do Edital de Fomento, a Secretaria de Cultura gravou depoimentos em audiovisual de uma dezena de ex-ferroviários, personagens importantes numa cidade que se desenvolveu em torno da estrada de ferro.

Essas iniciativas estimularam artistas da cidade, valorizando a diversidade, contribuindo com o acesso à informação e com a construção de uma identidade ourinhense.

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